sexta-feira, 26 de outubro de 2007

De olhos vendados (I)



Marta esperava com alguma ansiedade a chegada de Hugo… Olhava para todos os lados e no seu rosto o sorriso demonstrava o quanto estava satisfeita com tudo o que havia preparado… Nunca faltara ao trabalho, mas desta vez nem pensara muito nisso… queria muito estar com Hugo e que tudo saísse perfeito. Seria uma tarde de paixão! Há muito que o ansiava… só esperava que Hugo não se assustasse.

Nunca lhe demonstrara o que sentia e dele nunca percebera qualquer interesse… tirando um ou outro olhar desviado um segundo depois de Marta o “encontrar”… Não conseguia explicar muito bem o que sentia por Hugo nem como surgira… Desejava aquele homem desde que o vira pela primeira vez. Claro que nessa altura nem conseguia acreditar no que lhe estava a acontecer, mas com o tempo, verificou que continuava a sentir o mesmo… Queria ser dele… ser possuída por ele!

Mas aquela timidez que ele aparentava dificultava tudo… e o facto de ser sua chefe também não contribuía para melhorar a situação.

Hugo dirigia-se para a casa de Marta intrigado! Não sabia como lidar com o desejo que sentia por ela, e agora via-se obrigado a estar com ela na casa dela! Não podia sentir-se assim… não devia! Afinal era a sua chefe! Mas era também uma mulher fascinante… feminina, sensual, competente, imparcial… Hugo agia com indiferença, para não lhe demonstrar o interesse que tinha em a conhecer melhor.

Trabalhavam juntos há 3 anos, desde que Hugo tinha terminado a faculdade e conseguira aquele emprego que tantos ambicionavam! Era o assessor de Marta e por isso trabalhavam muitas horas reunidos, analisando as propostas que chegavam ao departamento financeiro da filial do Porto da Multinacional de publicidade onde trabalhavam. No trabalho entendiam-se perfeitamente… Como seriam na intimidade? Será que alguma vez saberia?

Marta olhou para o relógio… Hugo era sempre pontual por isso estaria à sua porta dentro de alguns minutos. Teria que estar atenta para que tudo corresse como planeado. Foi até à porta e deixou o pequeno envelope preso na mesma… dentro um bilhetinho e a chave! Sorriu imaginando a cara de Hugo quando o lesse… Seguiu o corredor e acendeu as velas… entrou no quarto… a cama estava preparada… as pétalas de rosas vermelhas espalhadas na colcha branca convidavam à luxúria! Acendeu aqui também as velas e espalhou perfume pelos candeeiros para perfumar o ambiente com o seu próprio perfume. Não resistiu e vestiu a lingerie que tinha comprado para a ocasião. Sentiu o calor subir às suas faces… Corava só de pensar no momento em que comprara aquelas pequenas e sensuais peças. Não se lembrava da última vez que comprara algo tão atrevido e feminino!

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