quinta-feira, 10 de abril de 2008

Lágrima...









Lágrimas...


Há dias em que as lágrimas correm livremente pela minha face...

Nem sempre são de tristeza...

Nem sempre de alegria...

Podem apenas correr com forma de aliviar a alma de tudo quanto esta guarda...


As lágrimas são o alívio que o corpo precisa... quer quando explode de alegria, quer quando rebenta de dor...

A tristeza, a felicidade, a dor, a angústia, o medo, o riso, o casamento, o nascimento, a morte... muitos destes acontecimentos fazem correr lágrimas que apenas distinguimos como de felicidade ou de tristeza, pelo facto de o ambiente geral se mostrar diferente.


Chorei quando vi pela primeira vez o corpo ensanguentado e pegajoso do meu filho... as lágrimas poderiam ser atribuidas ao esforço, à dor, à angustia pelo tempo que demorou a vê-lo sobre mim... mas, eu sei que essas lágrimas se deveram ao amor extremo que senti quando o vi e que se intensificou assim que o toquei e senti o calor daquele corpo pequeno e indefeso, encolhido sobre o meu...


Chorei quando vi partir o amor que achei que seria para sempre... chorei muito porque doeu ver esse amor sair da minha vida sem se despedir, sem olhar para trás...


Chorei quando caí, ainda muito pequena, e esfarrapei os joelhos... Essas lágrimas secaram nas mãos do meu pai, que me aconchegou no colo e as secou com palavras de mimo, tal como agora faço com o meu filho...


Choro quando vejo filmes românticos, onde o amor acaba sempre por vencer, tal como todos desejamos que nos aconteça na vida real...


As lágrimas espreitam quando o meu filho me diz... "Mãe, és linda!" ou "Eu gosto de ti muito" ou "Eu adoro a ti também"., porque o peito fica apertado de tão cheio de amor, ternura e carinho pelo menino sorridente e traquina que solta tais palavras...


As lágrimas não correram hoje pelo meu rosto, mas espreitaram quando as lágrimas do meu filho rolaram, grossas, pelo seu rosto tolhido pela dor da "pica" que ontem lhe deu a "má" da enfermeira!



As lágrimas são mensagens encriptadas pois podem encerrar dor ou prazer, alegria ou tristeza. amor ou ódio... e só são descodificadas pelos que nos são próximos e nos amam o suficiente para perceberem as lágrimas e para impedirem ou fomentarem que elas rolem...