segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Entre Lençóis

Entre Lençóis de Cândido Figueiredo (livro)



 
Excerto
 
I
 
Como se dão clisteres

«Os dois corpos roçaram­se suavemente, e a seringa, resvalando febrilmente por todas as curvas que se lhe deparavam, ameaçava rasgar todos os obstáculos.
— Já a sinto — dizia Ricardina; — cuidado, não a despejes antes de servir.
— Então, volta-te para mim.
— Como? Não é de costas que se recebem clisteres?
— Também pode ser, mas a titi descobriu que os melhores são por diante.
— Não percebo como possa ser.
— Volta-te e vais perceber... Assim…Abraça-me e aperta-me, para que a seringa se despeje bem.
A seringa ia resvalando entre as coxas de Ricardina; e Ricardo afastava com uma das mãos a penugem doirada que bordava o orifício mais próximo do umbigo.
— Não é aí, Licá; não me faças cócegas.
— Agora não sou eu. É já a seringa… Custam­te muito as cócegas?
— Pelo contrário… Não a tires daí… Ai, Licá! Que coisas que ela faz… E se ela entrasse?
— Isso irá devagar; por ora… não me digas nada, que eu já não oiço… aperta-me… beija-me, morde-me a língua… ai, rica filha!...
E Ricardo fechou os olhos, na suprema das volúpias.
— Já acabou? Que pena!
— Não acabou, descansemos um pouco, enquanto se enche de novo a seringa. Vê como está vazia e branda; apalpa.
— É verdade! Mas… espera — disse ela, apalpando em todas as direcções; — isto não é seringa! Mauzão! Isto é uma coisa que eu já te tinha visto e que se não costuma mostrar.»
 
 
 
 
 

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